terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vídeo sobre arte bizantina

ARTE PALEOCRISTÃ


Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e espalhavam o seu estilo por toda Europa e parte da Ásia, os cristãos começaram a criar uma arte simples e simbólica executada por pessoas que eram artistas convictos da sua fé. Surge a arte cristã primitiva.


O nascimento de Jesus Cristo marcou uma nova era e uma nova filosofia. Com o surgimento de um “novo reino” espiritual, o poder romano viu-se extremamente abalado e teve inicio um período de perseguição não só a Jesus, mas também a todos aqueles que acreditavam nos seus princípios.


Esta perseguição marcou a primeira fase da arte paleocristã: a fase das catacumbas, que recebe este nome devido as catacumbas, cemitérios subterrâneos em Roma, onde os primeiros cristãos secretamente celebravam seus cultos. Nesses locais, a pintura é simbólica.


Para entender melhor a simbologia: Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um círculo ou por um peixe, pois a palavra peixe, em grego ichtus, forma as iniciais da frase: “Jesus Cristo Filho de Deus Salvador”.


Outra forma de simbolizá-lo é o desenho do pastor com ovelhas “Jesus Cristo é o Bom Pastor” e também, o cordeiro “Jesus Cristo é o cordeiro de Deus”.


Passagens da Bíblia também eram simbolizadas, por exemplo: Arca de Noé, Jonas engolido pelo peixe e Daniel na cova dos leões. Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, nos arredores de Roma.


Os cristãos foram perseguidos por três séculos, até que em 313 d.C. o imperador Constantino legaliza o cristianismo, dando inicio a 2º fase da arte paleocristã: a fase basilical.


Tanto os gregos como os romanos, adoptavam um modelo de edifício denominado “Basílica” (origem do nome: Basileu = Juiz), lugar civil destinado ao comércio e assuntos judiciais. Eram edifícios com grandes dimensões: um plano rectangular de 4 a 5 mil metros quadrados com três naves separadas por colunas e uma única porta na fachada principal.


Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam algumas basílicas para eles usarem como local para as suas celebrações.


O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o material escolhido para o revestimento interno das basílicas, utilizando imagens do Antigo e do Novo Testamento.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O que é que há no mundo que seja como a música?

Violinista Azul, Chagall

"O que é que há no mundo que seja como a música? Com que se parece a música? [...]

A fraqueza das nossas respostas verbais à música parece-me extremamente reveladora. [...]
Aquilo que um ser humano - que a música comove, para o qual a música é uma instância superior de vida -, se mostra capaz de dizer sobre ela são apenas banalidades.
A música tem significado por si. Transborda de sentidos que não se podem traduzir em termos de estruturas lógicas ou de expressão verbal.
Na música a forma é conteúdo e o conteúdo forma.
A música é ao mesmo tempo cerebral e formal em último grau - [...] as energias e as relações formais implicadas na execução de um quarteto, nas interacções entre a voz e o instrumento são dos acontecimentos mais complexos que a humanidade conhece - e somática, carnal, em busca de uma ressonância no nosso corpo mais profunda do que a consciência ou a vontade.”


George Steiner, Real Presences


ARTE

Gaulês moribundo

“Se a intuição estética não é mais do a própria intuição transcendental tornada objectiva, segue-se que a arte é para a filosofia o seu “órganon” verdadeiro e eterno (…). É por isso que a arte é para o filósofo o que há de mais elevado”
SCHELLING, Sistema do Idealismo Transcendental (1800) III 627-628


domingo, 17 de outubro de 2010

Introdução à História da Arte

Quando estudamos a história da arte, em primeiro lugar, apoiamo-nos em objectos ou imagens que o tempo consagrou como importantes para a compreensão da trajectória do homem desde a antiguidade até os dias de hoje.



Notamos que diferentes épocas são representadas de diferentes maneiras. Perceber e expressar o mundo de modos distintos, não significa dizer que a arte de tal período é melhor ou pior que a arte de outro. Estudar arte ajuda-nos a compreender melhor o caminho da humanidade e sua relação com o mundo que nos cerca.


Todos nós temos, no entanto, a sensação de prazer ou desprazer diante de determinadas imagens. É importante, neste momento, lembrar que muitas vezes a arte não vai tratar das questões do belo de um modo simples. Por exemplo: muitas vezes uma obra de arte pode parecer-nos extremamente “feia” e ser um excelente trabalho; com certeza ela foi criada num momento histórico em que os padrões de beleza eram outros, ou ainda, pode ser que essa mesma obra expresse alguma circunstância atroz da nossa civilização


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O SEGREDO É OLHAR ...


O poeta beija tudo, graças a Deus... E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade...
E diz assim: "É preciso saber olhar..."
E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos...
E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor que está por detrás...
E acha que tudo é importante...
E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear com eles para o jardim...
E reparou que os homens estavam tristes...
E escreveu uns versos que começam desta maneira: "O segredo é amar..."


(Sebastião da Gama)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Viagem pela arte

Nem todas as viagens são exteriores. Há viagens interiores. Viagens que fazemos dentro do nosso mundo de sensações.
Há a experiência rotineira repetitiva quotidiana que não pretende mais do que conservar a vida que temos e que socialmente partilhamos.

Resta-nos a aventura interior para um conhecimento que vai além do simples quotidiano. Partimos para a aventura noutras regiões das nossas capacidades.
Esquecemos compartimentos artificialmente criados no espírito por outras informações e abalançamo-nos no campo do conhecimento.

A aventura é avançar naquilo em que  não se tem a certeza de ser compensado, é tentar o inútil.

A nossa vida é condicionada por cortes, renúncias, limites, pausas e atitudes reguladoras.

Mas também somos e estamos feitos de sonhos e sonhar é aquilo que mais intimamente significativo nos acontece . Para as nossas viagens interiores precisamos da coragem, de admitir este facto e assumi-lo.

Captar o tempo.  Organizar o espaço e atribuir-lhe significado.
Dar lugar ao sonho e fazer uma tentativa de atribuir significado à vida quotidiana.
Dar expressão à incerteza e fazer com que ela seja uma condição de liberdade para tudo o que intimamente vamos imaginando. Abrimos assim caminho à criatividade mais compatível com a imaginação que as certezas e acertos convencionais e quotidianos.


A imagem é sempre uma interpretação. A partir dela vêm as leituras visuais. Não existe real, nem realidade sem significado. Não existe significado sem mistério. É necessário apreciar o que nos rodeia e associar o que vemos e irmos muito mais além do que aquilo que um simples olhar nos proporciona.
É esta a viagem que a arte nos proporciona.