sábado, 12 de maio de 2012

O Românico em Território Português a Norte do rio Douro


A chegada das ordens religiosas de Cluny, Cister, e das Ordens Militares no âmbito do processo da Reconquista da Península Ibérica levaram à criação dos reinos ibéricos cristãos e nomeadamente à organização do território de Portugal.
Foi o factor religioso, mais do que qualquer outro, que contribuiu para a europeização e difusão dos elementos que permitem definir o conceito de estilo românico, embora também haja edificações de carácter civil e militar, na arquitectura românica. 





O sistema construtivo que caracteriza a arquitetura românica começou a ser definido pouco antes dos meados do século XI, nas regiões da Borgonha, Languedoc, e Auvergne. 


No final do século XI, o estilo românico surge em Portugal, no âmbito de um fenómeno amplo de influência da cultura europeia, que trouxe para a Península Ibérica a reforma monástica de Cluny e a liturgia romana. 

































 A conquista de Coimbra aos mouros, em 1064, por Fernando Magno de Leão, deu maior segurança às regiões do Norte. 

Esta época é marcada por um crescimento demográfico, por uma muito mais densa ocupação do território e por um habitat mais estruturado.

A expansão da arquitectura românica, em Portugal, coincide com o reinado de D. Afonso Henriques. Foi nesta época que se iniciaram as obras das Sés de Lisboa, de Coimbra e do Porto e que se construiu o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.

Sendo uma arquitectura predominantemente religiosa, o românico está muito relacionado com a organização eclesiástica diocesana e paroquial e com os mosteiros das várias ordens monásticas, fundados ou reconstruídos nos séculos XII e XIII.

Em Portugal, a arquitectura românica concentra-se, essencialmente, no Norte e no Centro, sendo contemporânea do período em que se estrutura a ocupação do território, criação de freguesias e toda a organização de aldeamentos. A expansão do estilo românico coincide com a Reconquista, mas, essencialmente, corresponde à reorganização do território. As dioceses dividem-se em paróquias que têm, no Entre-Douro-e-Minho, uma rede muito densa.

Nesta região apareceu ainda um românico com características próprias, o do Vale do Sousa, que será tratado noutra mensagem.


terça-feira, 27 de março de 2012

O românico no território, ocupado hoje pela Espanha





O românico espanhol desenvolveu-se, inicialmente, nos séculos X e XI, nos Pirenéus catalães e aragoneses, simultaneamente com o norte da Itália, e é conhecido como «primeiro românico» . É um estilo românico (à moda de Roma) muito primitivo, cujas características são paredes grossas, falta de esculturas e a presença de ornamentação com arcos como na igreja de São Clemente de Tahull. 



Um monumento românico, civil, impressionante e da mesma época é o castelo de Loarre, construído sobre rochas. 


Tendo uma estrutura muito peculiar, embora mais tardia, há a igreja poligonal de Eunate, em Navarra, da ordem militar dos templários. 

O românico espanhol também mostra influências dos estilos pré-românicos, não só do asturiano e o moçárabe, mas também da arquitetura árabe. Assim se vê em San Isidoro de León e San Juan de Duero (Soria). 








Sob a influência de Cluny, através do Caminho de Santiago a arquitectura românica irá ser representada por um conjunto de mosteiros e Igrejas que tem no final a Catedral de Santiago de Compostela. 




No repertório escultórico românico, o bestiário ocupa um lugar proeminente. A profusão de temas encanta assim como a extraordinária criatividade dos artistas embora por vezes uma certa perplexidade ou mesmo constrangimento. 
Na verdade, é impossível não acharmos incongruente, a presença de diabos, monstros fabulosos, animais fantásticos, cenas eróticas, nesses lugares dedicados a Deus! 









No final do caminho atingia-se o objectivo, poder venerar as relíquias do apóstolo Santiago, na catedral que as acolhia.
A Catedral de Santiago de Compostela tem a característica planta das igrejas de peregrinação baseada em São Saturnino de Toulouse. 









Com o avanço dos reinos cristãos para o sul, este modelo estendeu-se pelas áreas reconquistadas com algumas variações.
A oscilante fronteira da reconquista nos séculos XI e XII faz com que o românico possa encontrar-se, fundamentalmente, na metade setentrional da Península Ibérica.
No século XIII, algumas igrejas alternam o estilo românico com o nascente gótico.