quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Alhambra


Em nenhum outro lugar como na Alhambra, o esplendor da civilização árabe brilha tão intensamente.

Enquanto a Europa procurava, lentamente, organizar-se, no início da Idade Média, a magnificência árabe florescia.




A Alhambra está localizada num planalto estratégico, com vista sobre toda a cidade de Granada e campos à sua volta.

Trata-se dum rico complexo de palácios e fortaleza (alcazar ou al-Ksar) que alojava o monarca da Dinastia Nasrida e a corte do Reino de Granada.



O seu elemento mais ocidental é a alcáçova (cidadela); uma posição fortemente fortificada. O resto do planalto é ocupado por vários palácios, cercados por uma muralha defensiva, com diversas torres, algumas defensivas e outras destinadas a proporcionar vistas panorâmicas aos seus habitantes.

Este importante conjunto monumental exibe os mais famosos elementos da arquitectura islâmica em Espanha. Mistura elementos naturais com outros feitos pela mão do homem, sendo um testemunho da habilidade dos artesãos muçulmanos da época.

O abastecimento de água é feito através dum canal com 8 km de comprimento, que traz a água do rio Darro.

A maior parte do complexo foi construído, principalmente, entre 1248 e 1354, nos reinados de Ibn-al-Ahmar e dos seus sucessores; a Alhambra é um reflexo da cultura dos últimos anos do reino nasrida, sendo um local onde os artistas e intelectuais procuravam refúgio.

O complexo do palácio foi desenhado para aquele lugar montanhoso, havendo uma perfeita sintonia entre as construções e o ambiente.

A Alhambra foi sendo acrescentada pelos diferentes soberanos muçulmanos que residiram no complexo, no entanto, cada nova secção que foi sendo acrescentada seguia o plano de construir o "Paraíso na Terra". Arcadas, colunatas, fontes com água corrente e tanques reflectores foram usados para aumentar a complexidade estética e funcional. O exterior foi deixado plano e austero.

O seu verdadeiro atractivo, como noutras obras muçulmanas da época, são os interiores, cuja decoração está no cume da arte islâmica.
















Por todo o palácio, as paredes, tetos, chão, portas e janelas foram cobertos com padrões decorativos.











Podem visitar-se: salas totalmente decoradas de cima a baixo, com tetos de madeira esculpida, gesso a formar "estalactites", azulejos de diversos padrões, placas de gesso moldadas nas paredes e janelas com gelosias a lembrar filigrana; pátios ao ar livre com fontes e cursos de água, borbulhando como um oásis no deserto; jardins exuberantes e água, água por toda a parte.

Água – o bem tão raro e precioso na maioria do mundo islâmico - o mais puro símbolo da vida é usado profusamente na decoração da Alhambra: em lagos, fontes, repuxos, por todo o lado ela flui, gotejando, correndo, misturando os seus murmúrios no ambiente.








A Alhambra é também um local de poesia, pois na sua decoração entra a caligrafia, de versículos do Alcorão e outros poemas adequados aos diversos locais. É, mesmo, possível em sentido literal “ler a Alhambra” descobrindo o verdadeiro sentido da arquitectura palaciana dos nasridas.






Poetas muçulmanos descrevem a Alhambra como "uma pérola encastrada em esmeraldas", em alusão à cor dos seus edifícios e à dos bosques que os rodeiam.







Todo este extraordinário conjunto envolve o visitante num ambiente etéreo, de fantasia quase mágico.