segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Viagem pela arte

Nem todas as viagens são exteriores. Há viagens interiores. Viagens que fazemos dentro do nosso mundo de sensações.
Há a experiência rotineira repetitiva quotidiana que não pretende mais do que conservar a vida que temos e que socialmente partilhamos.

Resta-nos a aventura interior para um conhecimento que vai além do simples quotidiano. Partimos para a aventura noutras regiões das nossas capacidades.
Esquecemos compartimentos artificialmente criados no espírito por outras informações e abalançamo-nos no campo do conhecimento.

A aventura é avançar naquilo em que  não se tem a certeza de ser compensado, é tentar o inútil.

A nossa vida é condicionada por cortes, renúncias, limites, pausas e atitudes reguladoras.

Mas também somos e estamos feitos de sonhos e sonhar é aquilo que mais intimamente significativo nos acontece . Para as nossas viagens interiores precisamos da coragem, de admitir este facto e assumi-lo.

Captar o tempo.  Organizar o espaço e atribuir-lhe significado.
Dar lugar ao sonho e fazer uma tentativa de atribuir significado à vida quotidiana.
Dar expressão à incerteza e fazer com que ela seja uma condição de liberdade para tudo o que intimamente vamos imaginando. Abrimos assim caminho à criatividade mais compatível com a imaginação que as certezas e acertos convencionais e quotidianos.


A imagem é sempre uma interpretação. A partir dela vêm as leituras visuais. Não existe real, nem realidade sem significado. Não existe significado sem mistério. É necessário apreciar o que nos rodeia e associar o que vemos e irmos muito mais além do que aquilo que um simples olhar nos proporciona.
É esta a viagem que a arte nos proporciona.

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