quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

MONTE ATHOS, MIL ANOS DE SOLIDÃO

Os mosteiros do Monte Athos guardam, há mil anos, testemunhos vivos do mundo bizantino. No monte Athos monges e eremitas mantêm um quotidiano de outros tempos.



A República de Monte Athos, em grego "Montanha Santa" mesmo pertencendo, formalmente, ao território da Grécia, é na verdade uma "entidade teocrática independente".


O território desta pequena república está situado na península da Calcídica, e é habitado por monges ortodoxos distribuídos por vinte mosteiros principais. Existem ainda as chamadas Sketes, fundações menores estabelecidas na dependência de cada mosteiro e, também cerca de 700 instalações para  eremitas.


A sua história começa no segundo milénio, durante o império bizantino, depois passaram pelo império Otomano e por fim para os Gregos. Muitos golpes lhes foram infligidos pelos muçulmanos, piratas e praticantes de saques, ao longo de dez séculos.


A conservação cultural superou as invasões e dominações. Em poucas ocasiões podemos encontrar um tal tesouro de uma época tão recuada.


A civilização apenas entrou em alguns âmbitos da vida monacal. Os monges vivem com outro calendário (juliano) e com outro horário - o bizantino. As normas têm, ainda, raízes medievais - as mulheres têm a sua entrada, terminantemente proibida, neste território!! !


A única forma de chegar ao Monte Athos é por barco. Os mosteiros nas escarpas montanhosas ofereciam, geograficamente, um refúgio seguro e a solidão necessária à vida ascética.


As preocupações com a defesa revelaram-se, assim, tão determinantes como os desígnios religiosos, que entreviam naqueles domínios, uma proximidade celeste ou, pelo menos, uma circunstância propícia à caminhada espiritual.


Desde as suas origens, a Montanha Santa hospedou místicos e mestres espirituais. Este pequeno enclave abriga preciosos tesouros artísticos: antigos manuscritos, ícones e frescos pintados por ilustres representantes da pintura bizantina. A sobrevivência de todo este património, durante os últimos mil anos, não deixa de suscitar perplexidade.


É que no monte Athos, no século XXI, quase tudo se mantém como se, Istambul ainda fosse a antiga Constantinopla…

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