quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mesquita de Córdova - A arte de Al- Andalus


A arte hispano-muçulmana é a arte islâmica desenvolvida no Al-Andalus, isto é na Península Ibérica, entre os séculos VIII e XV. Tem como principais expoentes a Mesquita de Córdova e a Alhambra de Granada.

A invasão muçulmana da península Ibérica, em 711, pelos Árabes mudou a inércia histórica da sociedade visigótica nas terras peninsulares.


O Al-Andalus, como passou a ser denominada a Hispânia muçulmana, manteve umas condições culturais distintas, tanto do Islão oriental como do contexto europeu dessa data.


Essas condições perduraram até a conquista do Reino de Granada em1492. Mas, ao mesmo tempo, esta singularidade geográfica e cultural constituiu um dos factores que repercutiram decisivamente no despertar da Europa, após os séculos de desunião e apatia que se seguiram à queda do Império Romano do Ocidente e às invasões bárbaras.

Do ponto de vista artístico, o Emirato de Córdova empregou um estilo que não difere em demasia do restante mundo islâmico. Ou seja, a adequação de fórmulas e elementos das culturas que os precederam, neste caso a do mundo romano e visigodo. Em nenhum momento se produziu uma repetição literal de motivos e formas; ao contrário, a sua incorporação e assimilação traduziu-se numa verdadeira manifestação criadora. Nele fundiram-se elementos da tradição local hispano-romano-visigótica com os elementos orientais: bizantinos ou do islão oriental.    

Os edifícios artísticos centram-se na sua capital, Córdova, onde se construiu uma mesquita destinada a tornar-se no monumento mais importante do ocidente islâmico.


  


É considerada como o monumento supremo da arte califal, e o fantástico bosque de colunas e arcadas do seu interior é um dos espaços mais belos que se foram construídos como casa de oração.


Este grande templo muçulmano mostra a sua magnificência em todo o lado. Bastam como exemplos a cúpula octogonal, ricamente decorada com mosaicos policromos; e dezenas de detalhes singulares que rematam o conjunto; o mihrab, o lugar para onde devem olhar os que oram, possui una deslumbrante decoração com mármores lavrados e mosaicos bizantinos.

Decoração da entrada do Mirahb
A orientação do mihrab curiosamente, não está voltada para Meca. 


Cúpula da Maxura
Com efeito, a mesquita de Córdoba é única.Na vista aérea da mesquita de Córdoba, apreciam-se as diferentes modificações que sofreu ao longo dos séculos: a Catedral cristã levantada exactamente no centro da grande nave de colunas que foi ampliada em diferentes reinados, está rodeada de muros que lhe dão um aspecto exterior de fortaleza .




quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Castelos do Deserto



Para além das maravilhas da Natureza, o deserto da Jordânia está cheio de antigos castelos e de sinais dos acampamentos das antigas caravanas que sulcavam o deserto. Estas fortalezas foram pertença dos califas da 1ª metade do séc. VIII.
Os castelos do deserto da Jordânia, belos exemplos da arte e arquitectura islâmica inicial, são a prova de uma era fascinante na rica história do país. Os seus mosaicos, frescos, inscrições na pedra e em estuque, contam inúmeras histórias da vida tal como era no século VIII.


Apelidados de castelos devido à sua imponência, os complexos do deserto tinham, na verdade, várias finalidades, sendo usados como locais de descanso nas caçadas e para as caravanas e como centros agrícolas e comerciais.

Qasr Amra é o mais conhecido castelo do deserto na Jordânia dos dias de hoje. O castelo foi construído no princípio do século VIII e é um exemplo da primeira arquitectura e arte islâmica.

O castelo, que era usado como retiro pelo califa ou pelos seus filhos para desporto e prazer, tem vários frescos. 
O castelo também contém um complexo de banhos com um tecto abobadado que mostra a influência romana. 


O castelo de Qars Amra, com as paredes e tectos cobertos por belíssimos frescos, foi classificado pela UNESCO como Património Mundial, em 1985.





Qars Azraq (que significa "o castelo azul") é uma grande fortaleza construída em basalto, localizada no leste da Jordânia.

 
  
O seu valor estratégico vem-lhe do oásis próximo, a única fonte de água, numa região de 12 mil km2 de deserto. 

Qars Azraq foi a fortificação usada por Lawrence da Arábia durante a Revolta Árabe.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Arquitectura Islâmica


Mesquita de Damasco - Património Mundial da UNESCO

As mesquitas mais antigas foram construídas entre os séculos VI e VIII, seguindo o modelo da casa de Maomé em Medina: uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas galerias com teto de palha e colunas. A casa de Maomé era local de oração, reuniões, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres. Essas funções foram herdadas pelas mesquitas e alguns edifícios públicos.








No entanto a arquitectura sagrada não manteve a simplicidade e a rusticidade dos materiais da casa do profeta, sendo exemplo disso as obras dos primeiros califas: mesquitas de Bassorá e Kufa, no Iraque, a Cúpula da Rocha, em Jerusalém e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, persistiu a preocupação com a preservação de certas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geómetra era tão importante como o arquitecto.




Na realidade, era ele quem, realmente, projectava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.



A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um círculo, foi um dos sistemas mais utilizados na construção de mesquitas.
Outra das construções mais originais e representativas do Islão foi o minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do muezim pudesse chegar a todos os fiéis, convidando-os à oração.


O estuque, painéis de madeira, tijolos e azulejos foram e continuam a ser usados como elementos decorativos nos edifícios islâmicos. Todos estes materiais foram utilizados para produzir painéis decorativos de extrema complexidade e beleza.

As gelosias de madeira talhada, muitas vezes com incrustações de marfim, também proporcionaram um suporte para a decoração arquitectónica no mundo islâmico.


Nota - Todas as imagens são da mesquita de Damasco. Ela foi construída em cima das ruínas do que foi local de adoração, primeiro dos sírios pré-romanos, depois um templo pagão romano, mais tarde uma igreja cristã bizantina dedicada a João Baptista e finalmente uma mesquita.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Originalidade da Decoração na Mesquita da Rocha

Cúpula da Rocha ou Mesquita de Omar - Jerusalém






Cúpula da Rocha – primeira mesquita islâmica – séc.VII


A Cúpula da Rocha é um dos nomes atribuídos à Mesquita de Omar, situada na Cidade Velha, em Jerusalém.
Segundo historiadores, sob as fundações da mesquita existe uma "rocha sagrada", que fica exactamente sob a cúpula da mesquita. Além do interesse religioso, a vistosa cúpula toda dourada é parte integrante da paisagem de Jerusalém e património da humanidade reconhecido pela UNESCO como interesse histórico, turística e arquitectónico.
A Cúpula da Rocha, actualmente da Mesquita de Omar, teria sido o lugar de partida da Al Miraaj (viagem aos céus realizada pelo profeta Maomé) e permanece hoje como um templo da fé islâmica.
A Cúpula da Rocha recebeu esse nome devido à grande rocha que protege no seu interior que foi usada em sacrifícios e constitui uma das razões pelas quais a cidade de Jerusalém é considerada Cidade Santa por várias religiões.
Segundo a tradição judaica, foi nessa rocha que Abraão preparou o sacrifício do seu filho Isaac a Deus e onde, mil anos antes de Cristo, o rei Salomão construiu o primeiro templo.

 Adaptado da Wikipédia

domingo, 30 de outubro de 2011

ARTE ISLÂMICA

No ano de 622, o profeta Maomé exilou-se (hégira) na cidade de Yatrib, hoje Medina  (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islão para a Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e Península Ibérica.

De origem nómada, os muçulmanos demoraram algum tempo a estabelecer-se definitivamente e criar as bases de uma estética própria com a qual se identificassem.
Ao fazer isso, inevitavelmente absorveram traços estilísticos dos povos conquistados, que souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade.
Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram as mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram.
Acima de tudo, a arte islâmica foi, desde seu início, conceptual e religiosa.
No âmbito sagrado evitaram a arte figurativa, concentrando-se no geométrico e abstracto, mais simbólico do que transcendental.
A representação figurativa era considerada uma má imitação de uma realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas a que chamamos arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia.
Esta arte visava desempenhar duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista.
As letras lavradas na parede lembram a quem a contempla que se trata de uma obra feita para Deus.

Boas Vindas

No início de um novo ano lectivo, como professora da disciplina VIAGEM pela ARTE I na Universidade Sénior de Oeiras, dirijo-me a todos, apresentando o meu empenho em contribuir com o máximo de diligência para o interesse e eficiência das aulas.
Estas inserem-se num plano de acção que procurarei cumprir.
O seu esquema geral é o seguinte:

Solicito a todos os alunos a presença activa nas aulas e contributo para que o ano escolar decorra da melhor maneira.

Um bom ano lectivo para todos!

A professora Maria Fernanda Azevedo Pires

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

domingo, 3 de julho de 2011

Arte Bizantina Russa



Arte Bizantina Russa

A história da arte russa começa com a conversão da Rússia ao cristianismo.
É claro que, antes deste período, já existiam artistas primitivos que nos legaram curiosas gravuras em pedra, depois muito mais tarde surgiram artesãos talentosos, que construíam instrumentos de percussão – as harpas e outros que inventavam ornamentos diferentes para decorar as roupas, esculturas de estatuetas de animais e ídolos de pedra.
Santa Sofia da Kiev
Depois da conversão, a Rússia começou a tomar contacto com a arte bizantina. As suas igrejas cristãs mais antigas, especialmente as de Kiev, foram construídas e decoradas com ornamentos e mosaicos que respeitam os cânones bizantinos. Durante anos, os russos foram aprendizes, enquanto o verda­deiro trabalho esteve a cargo de arquitectos bizantinos.
As antigas catedrais em Novgorod e Vladimir, têm elementos bizantinos e da cultura romana ocidental, no seu “design” e decoração, devido às relações comerciais com o Ocidente.
Os anos foram passando. Os Russos começaram a construir igrejas com as suas próprias mãos; as obras que construíram eram muito originais, tanto em relação ao Império Bizantino como ao Ocidente.
Apesar de terem certos traços estrangeiros, foram construídas de acordo com o estilo nacional. Os aprendizes russos estavam à procura do seu próprio estilo e come­çaram a preocupar-se em construir igrejas criando o seu próprio estilo.
Kremlin de Suzdal
A Igreja da Intersecção da Santa Virgem em Nerl, construída em 1165, é um belo exemplo disso mesmo.
Mais tarde, Ivan III, o Grande convidou mestres italianos de Florença e Veneza.
Eles reproduziram as estruturas antigas de Vladimir em catedrais do Kremlin de Moscovo: Assunção ou Dormição e Arcanjo, igrejas de calcário branco.
Depois, os artesãos russos começa­rem a recorrer a ideias e a elementos que encontraram na arquitectura nacional do passado, obtendo traçados originais. São exemplos disso, as muralhas do Kremlin de Moscovo, a Igreja da Ascensão do Cristo em Kolomenskoye, Moscovo, e as igrejas de madeira em Kizhi – a forma e até os ornamentos são completamente originais. Abandonaram o calcário difícil de obter e passaram a construir em tijolos.
Catedral do Nerl
 A Catedral de São Basílio em Moscovo um edifício feérico que surpreende pela sua imprevisibilidade, complexidade e beleza. O projecto do edifício, com a  forma das chamas de uma fogueira subindo ao céu,  não tem nada de semelhante no domínio da arquitectura mundial.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Rochedos Coroados por Mosteiros







Mosteiros de Meteora – Determinação e Misticismo

Há 600 anos, religiosos do Monte Athos dirigiram-se para a região grega da Tessália (considerada pela mitologia como a morada dos deuses e também o país dos Centauros), e passaram a viver isolados nas cavernas das rochas de Meteora, que em grego significa “rochas suspensas” ou “colunas do céu”.




O número de monges foi aumentando e a sua determinação na defesa da fé, contra os ataques dos turcos, conduziu-os à construção de surpreendentes mosteiros.


Assim, durante séculos, nesta região da Grécia, mais de vinte mosteiros foram erguidos, dos quais cinco sobrevivem habitados. Os monges encontraram nos rochedos inacessíveis de Meteora um refúgio ideal, surgindo assim, nos topos dos rochedos de arenito, os incríveis Mosteiros de Meteora.


É espantoso, que alguém tenha conseguido fazer tais construções, num lugar de tão difícil acesso. Este inacreditável complexo de mosteiros nas rochas, parece uma visão da mística idade média...


No interior dos mosteiros é possível admirar numerosas pinturas murais nas igrejas, salas de orações e outros espaços, manuscritos, com belíssimas capas gravadas a ouro e prata, colecções de cruzes e inúmeros objectos litúrgicos. No exterior vemos construções simples, de tijolo e madeira, mas de grande beleza.


Ninguém sabe, seguramente, como os primeiros eremitas chegaram ao topo das montanhas, ou como os materiais de construção foram içados. Sabe-se que eram utilizadas escadas removíveis. Em 1536 foi criado um sistema mecânico, que era usado para subir pessoas, alimentos e outros materiais numa espécie de cestos de rede.


Só, em 1920, foram construídas longas e estreitas escadas de acesso, esculpidas nas rochas. Hoje há teleférico para fazer a travessia de uma rocha a outra, mas os velhos trilhos de épocas medievais, ainda podem ser encontrados nas montanhas de Meteora.


Este lugar impressionante, montes, vales revestidos de florestas e o conjunto de imensas rochas de arenito com os mosteiros no topo, em 1988, tornou-se Património Mundial da Unesco.


A UNESCO caracterizou Meteora como um "monumento da humanidade que tem que ser mantido". Os mosteiros não pertencem apenas à Grécia, mas também a todo o mundo, eles representam uma união única e harmoniosa da arquitectura bizantina com a beleza natural.


A presença de tantos mosteiros, num lugar tão pequeno, assim como o exercício da vida espiritual Ortodoxa têm provocado a admiração e o interesse de pessoas de todo o mundo.


Os edifícios dos mosteiros parecem ser uma continuação ou o fim natural das rochas e representam um precioso tesouro artístico.


Finalmente, os mosteiros são transmissoras de cultura, que "como sabemos" não está retida em qualquer país.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

As maravilhosas Igrejas Pintadas





Entre a vegetação dos Cárpatos – as maravilhosas igrejas pintadas da Roménia


Os mosteiros, com igrejas pintadas, da Roménia são dos mais curiosos monumentos artísticos da Europa e estão entre os seus tesouros mais impressionantes.

Estas encantadoras igrejas fazem parte de mosteiros que foram fundados, para celebrar as vitórias de Stephen, o Grande, ou servir como lugar de enterro da sua família. Inicialmente foram pintadas as paredes interiores, e depois a pintura estendeu-se às exteriores. As razões tinham objectivos religiosos e didácticos: promover a religião numa população de analfabetos, mas acabam por reflectir um desenvolvimento da civilização do povo romeno, nos séculos 15 e 16, sob o patrocínio de Stephen, o Grande (1457-1504) e de seu filho Petrus Rares.

Como protecção contra os invasores turcos, a maioria delas foram rodeadas com fortes muralhas de defesa.
As paredes exteriores das igrejas dos mosteiros são ricamente decoradas com frescos representando vivas e dramáticas cenas bíblicas, assim como lendas locais e vidas de santos, representadas com personagens, paisagens e cidades locais.


A obra, surpreendentemente, sobreviveu à dura exposição aos factores climáticos, durante cerca de 500 anos, e as cores intensas ficaram preservadas. Os cinco principais mosteiros com igrejas pintadas são Voronet, Humor, Moldovita, Sucevita e Arbore.

A cor predominante em Voronet é um azul vivo, que serve como pano de fundo para as pinturas. A qualidade dos frescos do “Juízo Final” e magnífica a cor brilhante valeu-lhe o epíteto de "Capela Sistina do Oriente". O famoso “azul Voronet”, obtido com lápis-lazúli moído, tem um enorme impacto.
Humor é caracterizado pela sua preponderante cor vermelha acastanhada, Sucevita, tem seus milhares de imagens pintadas sobre um fundo de cor verde esmeralda. Em Moldovita, situado no meio de uma pitoresca aldeia agrícola, predomina o amarelo.

Historiadores de arquitectura descrevem as igrejas e mosteiros, como igrejas bizantinas construídas por mãos góticas. Consideradas obras-primas da arte bizantina, essas igrejas constituem um tipo único na Europa. As pinturas, longe de serem meras decorações das paredes, representam ciclos completos de temas religiosos relatados, numa antecipação da banda desenhada. Como um gigantesco livro de imagens aberto, os frescos das suas paredes representam santos, profetas, cenas da vida de Jesus, o Velho e Novo Testamento, antigos filósofos greco-romanos, batalhas, imagens de anjos e demónios, céu e inferno. O seu interesse ultrapassa os motivos religiosos, pois retratam a sociedade da época.