A chegada das ordens religiosas de Cluny, Cister, e das Ordens Militares no âmbito do processo da Reconquista da Península Ibérica levaram à criação dos reinos ibéricos cristãos e nomeadamente à organização do território de Portugal.
Foi o factor religioso, mais do que qualquer outro, que contribuiu para a europeização e difusão dos elementos que permitem definir o conceito de estilo românico, embora também haja edificações de carácter civil e militar, na arquitectura românica.
No final do século XI, o estilo românico surge em Portugal, no âmbito de um fenómeno amplo de influência da cultura europeia, que trouxe para a Península Ibérica a reforma monástica de Cluny e a liturgia romana.
Esta época é marcada por um crescimento demográfico, por uma muito mais densa ocupação do território e por um habitat mais estruturado.
A expansão da arquitectura românica, em Portugal, coincide com o reinado de D. Afonso Henriques. Foi nesta época que se iniciaram as obras das Sés de Lisboa, de Coimbra e do Porto e que se construiu o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Sendo uma arquitectura predominantemente religiosa, o românico está muito relacionado com a organização eclesiástica diocesana e paroquial e com os mosteiros das várias ordens monásticas, fundados ou reconstruídos nos séculos XII e XIII.
Em Portugal, a arquitectura românica concentra-se, essencialmente, no Norte e no Centro, sendo contemporânea do período em que se estrutura a ocupação do território, criação de freguesias e toda a organização de aldeamentos. A expansão do estilo românico coincide com a Reconquista, mas, essencialmente, corresponde à reorganização do território. As dioceses dividem-se em paróquias que têm, no Entre-Douro-e-Minho, uma rede muito densa.
Nesta região apareceu ainda um românico com características próprias, o do Vale do Sousa, que será tratado noutra mensagem.