No ano de 622, o profeta Maomé exilou-se (hégira) na cidade de Yatrib, hoje Medina (Madinat al-Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a orientação dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islão para a Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e Península Ibérica.
De origem nómada, os muçulmanos demoraram algum tempo a estabelecer-se definitivamente e criar as bases de uma estética própria com a qual se identificassem.
Ao fazer isso, inevitavelmente absorveram traços estilísticos dos povos conquistados, que souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir, transformando-os em seus próprios sinais de identidade.
Foi assim que as cúpulas bizantinas coroaram as mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os coloridos mosaicos, as decoraram.
Acima de tudo, a arte islâmica foi, desde seu início, conceptual e religiosa.
No âmbito sagrado evitaram a arte figurativa, concentrando-se no geométrico e abstracto, mais simbólico do que transcendental.
A representação figurativa era considerada uma má imitação de uma realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas a que chamamos arabescos, resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia.
Esta arte visava desempenhar duas funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista.
As letras lavradas na parede lembram a quem a contempla que se trata de uma obra feita para Deus.